18 janeiro 2024
19 dezembro 2023
Se suas mensagens fossem vazias
Não me importaria tanto em ler
Ainda que nessa madrugada quase fria
Eu escreva e reescreva o que mais quero ser.
O amor tomará outro rumo adiante
Nem flores, nem a lua, nem nada de concreto…
A estrada fresca de passeio, num instante,
Tornou-se um caminho áspero e reto.
Novamente, estou indo até onde da pé
Sem arriscar, sem provocar ou arguir.
Não espero nem a borra desenhada do café
Barro o cupido antes mesmo dele surgir
O amor tomou outro rumo, outra estrada.
Fiquei no ponto de ônibus na encruzilhada
Sem reação ao vê-lo dar uma guinada
E com as entranhas rasgadas e embrulhadas.
04/12/2023
18 dezembro 2023
Retorno
Meia-volta
Duplicidade
Fechamos a roda
A gente volta?
A gente ainda é a gente
Se formos novos
Dança de roda ou espiral
Não é replay
Não é tentativa
Não tem explicação
Só as mentes ativas
Andamos pra frente
Numa paralela
De frente pro mar
Paisagem de janela
Retorno
Meia-volta
A vida é tão grande
Cabem todos os caminhos
A gente volta?
Só queremos sossego
Desavisado apego
Tem cupido como escolta
Décio Plácido, 18/12/23
05 dezembro 2023
O tombo do amor
O tombo da própria altura
a queda não esperada
o grito depois que se sussurra
parece uma mente atormentada.
o despencar livre do amor
do que antes era imponente
já não disfarça o estupor
e já é o comentário de toda gente
desce pelo corpo num grude
cai levando pelos, pele e afetos
deixa o corpo nu, e alma rude
escorre no banho feito dejetos
o tombo do amor pode ser fatal
uma morte simbólica em vida
cada marca na face é já um sinal
de um ou outro fantasma na ordinária lida.
o amor pode ser feito do metal mais duro
mas, quando se estilhaça, é como vidro
não resiste ao menor tombo no escuro
e ainda se esfacela gritando "eu sou invicto"
03/06/2023
07 novembro 2023
Memórias
Não sei de onde tiro minhas memórias.
Talvez estejam guardadas numa caixinha.
Talvez não sejam mais minhas nesta hora.
O que sei é que elas voam contra o vento ...
E se forem algo de muito distante?
Me emociono com uma música estranha,
Será que alguém compartilha elas comigo?
Talvez eu divida também minhas entranhas.
Como sói ocorrer, muitas vezes, paraliso.
Fico vidrado em alguma criatura na rua.
Não sei o quanto eu a desconheço
Ou se é só empatia nua e crua.
Ando pelas vielas desse vasto mundo
As memórias alheias me desnudam
Me comprimem como um antigo espartilho
E, ao fim e ao cabo, me concedem humanidade.
01 outubro 2023
22 setembro 2023
Um passo após o outro.
Um degrau.
Novo traçado.
Um amor em formação.
É de vidro?
É de bronze?
De algo que não existe?
Um amor resiliente.
Um abraço apertado.
O beijo de milhões.
Corpos exaustos.
Um amor em ato dramático.
Diferenças.
Contradições.
Intolerância relacional
Um amor consumido.
Fraturas em sequência.
Afastamento.
Impossibilidades.
Um amor ofuscado
Pontes derrubadas.
Redes caídas.
Passagens esquecidas.
Um amor que jaz n'outro coração.
07 setembro 2023
Nova vibe
Estou mesmo numa vibe
Assim meio quase à toa
Não sei se é o tarja preta
Ou se essa "é da boa"!
Não faço qualquer juízo,
Ou discuto conservadoras besteiras.
Convivo com uma depressão
Do jeito que posso, a mi maneira.
Estou numa vibe inquieta...
Como quem não anda sozinho a
Tramar amores e revoluções!
O incenso já mostrou caminhos.
Essa vibe de energia, sem interesse,
Distorce a 'realidade' do espelho.
Faz-nos perder a noção da hora
Na desgastante discussão com o desejo.
Sempre misturo alopatia e naturais,
Como quem pula de terreiro em terreiro.
Aproveitando as possibilidades de entrega
Já nem lembro mais há quantos Janeiros.