04 abril 2013

sortilégio

E, como num sortilégio incompreensível, tudo calou.
Nem mais uma voz,
nem mais uma lembrança,
nem recuperação
nem cuidado
nem dança.
Só os nervos falam
num dialeto embriagado de desconforto
de cansaço.
Só os nervos sussurram
quebrantos de neurotransmissores.
Só os nervos rabiscam
sinapses caóticas...
Qualquer morfina
não passa de oásis,
desilusão fotográfica.
E quando a dor grita
o silêncio da alma precipita...
E tudo cala.

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