15 agosto 2014

Minha solidão

Ela segurou minha mão
Disse que ainda era escuro
Que ainda mesmo com tanto futuro
Ainda transbordava muita solidão

Ela pegou minha mão
Pensei que que era para ajoelhar
E que mesmo com tanto não me importar
Ainda transbordava muita solidão

Ela pegou com força minha mão
Disse que mesmo no escuro
Poderia sair do buraco, do meu furo
Podendo largar o presente de solidão

Ela segurou com mais força minha mão
Era a hora de mudar o curso
De reunir psiquismo para o novo percurso
Carregando somente o necessário da minha solidão

Ela quase partiu meus dedos e minha mão
Quando chorei por não chegar lá
Quando repeti que não havia nada do lado de cá
E o fardo, nesse dia, era insuportável, a solidão

Depois de alguns dias ela foi folgando a mão
Quando fui me mantendo ereto
E cansando de achar que o sempre arqueado era o certo
E parecia não pesar, não mesmo, a solidão

E ela largou minha mão
Por gratidão coloquei para morar em meu peito
Onde somente as coisas boas também fizeram leito
Eu sei que ela está comigo, mas hoje precisa ser autorizada, a solidão. 

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