31 outubro 2016

Adormecer do caos

Em silêncio 

Devagar, não, bem menos pressa 

Foi assim que ela me assaltou 

O sopro num olhar 

Inflou meu peito sonolento 


Doucement 

Em gritos que não arranham ouvidos

Foi que me vi agarrado a ti 

Dançando, recitando, compondo sem músicas 

E distraído ao ranger de portas da manhã 


Em silêncio 

Detive-me 

Era medo 

Já chegara o hora

D'onde não se volta sem chorar 


Doucement 

Invadimos os portões 

Forjados por Eros. Se voltássemos, Hades ...

E se estivéssemos juntos

Não haveria caminhos pra evitar 


Em silêncio 

Vi tudo ser levado pelas mãos 

Vimos tudo ser colocado em seu lugar 

Era tão diferente do que já fora 

Que sorrimos para um reflexo do que agora é.  


Doucement

Foi-se ecoando o silêncio. 

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